ladob.bento@gmail.com

07 outubro 2011

Voz fumegante

Canteiro escalavrado
Antúrios
Quando os barcos naufragam
E as pedras levitam depois de atiradas
nas vidraças -
halo quente

Sangram as gengivas
dorida pinça escaldante
sem eco
Pura pontada de agulha
Seca
Quente
Silente

A pedra sangrando a boca
Barca turva caindo
ventre adentro

Feito navalhas, os dedos
riscam a face
como aviões em fumaças
alvas
também ecoam

Retumbante céu azul
De limpas praias
caiadas
Marquises de veraneio
Cadeiras no ermo ajuntadas

A grinalda das saúvas
Os ecos que cessam.
Já, agora, os canteiros espatifados
emudecem.
Como as pedras que cobrem a face
Como os barcos que afundados
murmuram suas viagens

E no baço se entrelaçam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário