Canteiro escalavrado
Antúrios
Quando os barcos naufragam
E as pedras levitam depois de atiradas
nas vidraças -
halo quente
Sangram as gengivas
dorida pinça escaldante
sem eco
Pura pontada de agulha
Seca
Quente
Silente
A pedra sangrando a boca
Barca turva caindo
ventre adentro
Feito navalhas, os dedos
riscam a face
como aviões em fumaças
alvas
também ecoam
Retumbante céu azul
De limpas praias
caiadas
Marquises de veraneio
Cadeiras no ermo ajuntadas
A grinalda das saúvas
Os ecos que cessam.
Já, agora, os canteiros espatifados
emudecem.
Como as pedras que cobrem a face
Como os barcos que afundados
murmuram suas viagens
E no baço se entrelaçam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário