ladob.bento@gmail.com

19 fevereiro 2011

Foi um catabrum

catabrum... catabrum

muito alto de relâmpago relampiando
na beira d'água como dois barcos
no telhado nas ondas

Fez-se a tarde uma peia de arroios dormentes
de saraivadas e de sol deixando
uivos na escada

catabrum no meio dos becos
para doralice andar ofegante
correndo para o amante

catabrum que acordou-se a tarde preguiçosa
carregando na saia uns pliçados de ondas molhadas
e olhos disjuntos

feito arreios de beijos
beijados por dora
lice

na esquina de esguelha
da janela
fruteira madura de gomos fartos - tantos

pomos parecidos com os beijos
que ela
doralice mesma se assustou

no catabrum do barulho
beijando o moço que descia da barcaça
catabrum nos olhos enevoados de graça

catabrum, catabrum fez o homem um estrondo
nos cabelos dela quando virando a esquina
na boca alva lhe perpetrava um sorriso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário