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21 abril 2010

O Outeiro

Não é grande a noite
mesmo que em seu bojo
de escuridão, apavore. E

Faça tremer vidraças, balançar chaleiras dormentes na cozinha;
Não é nada rente ao espectro que tenho
guardado neste canto obscuro onde, entranhadas

Memórias vacilam de tempos antigos.
Minha mãe acabou de falar (urdiram eras)
Ah, quão pequenas são estas mãos para conter.

E despencam dos galhos promessas tortas
Acusam desleixos impróprios,
Falam de pecados anônimos.

Deixada a face na surdina, na esquina onde
perambulam vestígios de desejos
inertes.

Aqui estão os despojos e os ultrajes
De sibilâncias perdidas
como galhos amelos no outono.

Cuidarei da rega e das podas,
Cuidarei de repor as flores sobre a cova,
bem como de polir o retrateiro.

Esboce sorrisos,
longe, muito longe, promessas se fazem - Novamente
acreditarei cumpridas.

Choveu.
E além da terra molhada,
A cesta coberta de fuligem, sobre flores tortas, cairá.

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