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12 outubro 2010

Madrugada

(T.M.H.R.)

Faz frio

Nesta parte do mundo
onde o silêncio realmente tem beiços roxos
e mãos cor de cardumes vermelhos.

Faz frio na desolação destas praias escumosas
E na âncora da corda pendurada
- Uma salva um vento inquieto

que não sei se geme
que não sei se clama
ou se ele mesmo me pergunta.

Faz frio neste lugar gelado
Um anteparo, um solstício
um rincão.

Friorenta, as ramas encolhidas já choram
no grotão cirurgico do asfalto branco
Do avental translúcido

Médico salvador que traz
ao invés do soro úmido
Meus bichos de celofane e pelúcia azuis

Como sois estrábicos
de costume, de valsas
carquejam

Na corda, no pêndulo mudo
Ainda o riso novo em
Sinal dos dias:

Vem ele, a criança pura me tocando
com as mãos sem saber
Arranjcando do pescoço o véu mortal.

Agora nuvens
Agora o riso dele
Amanhecendo

Através da vidraça
o dia fez luz
e pelo dia, uma voz manteve do dia sua luz

baça
no torpor de um abraço
de calor quenmte - Que o frio espantou.

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